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sábado, 6 de agosto de 2011

As Novas Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação Básica

As Novas Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação Básica


Autor: Jussara Mehlecke

Introdução

No decorrer dos tempos, as tecnologias utilizadas pelos educadores como: quadro-negro, giz e livros didáticos já não são mais vistas como tecnologias educativas, pois limitam o acesso às informações não suprindo as necessidades dos estudantes e professores. Essas tecnologias ainda são usadas e serão por muito tempo mas nem por isso podemos fechar os olhos para as novas Tecnologias da Informação e Comunicação que estão presentes em nosso meio social.

“A escola, como um espaço privilegiado para a apropriação e construção de conhecimento, tem como papel fundamental instrumentalizar seus estudantes e professores...” (NEVADO,1999).

A escola muda lentamente em relação aos avanços tecnológicos da sociedade, mas o importante é ela não parar, estar em constante busca, inovando para que seus estudantes encontrem nela recursos tecnológicos que enriquecem o ambiente de aprendizagem onde todos interagem com um fim comum, a busca do conhecimento.

Com a chegada das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação nas escolas, a Internet entra como mais uma fonte de pesquisas, trocas de informações, comunicação e interação no processo de aprendizagem.

A Internet

A rede mundial de computadores atualmente tem tido um papel muito importante dentre as novas Tecnologias de Informações e Comunicações em todos os sentidos, pois ela facilita em grande escala a vida de muitas pessoas.

Na educação, seu uso teve início para facilitar a comunicação entre estudantes de universidades; hoje seu uso já está sendo difundido até mesmo nas escolas públicas para uso dos estudantes da educação básica, onde crianças podem trocar correspondências, fazerem pesquisas e até criarem páginas para divulgarem seus projetos.

O uso do correio eletrônico contribui para o desenvolvimento dos projetos dos estudantes permitindo e facilitando a troca de informações entre eles, que podem estar no mesmo ambiente físico, na mesma cidade ou em outra localidade, cabendo ao professor ou orientador mostrar a esses estudantes como utilizar e se beneficiar de mais este recurso tecnológico disponível na rede. Ele não serve apenas para beneficiar os estudantes, mas também os docentes. Através dele pode-se fazer trocas com professores de outras áreas do conhecimento, visto que nem sempre todos estão no mesmo lugar ao mesmo tempo. Com a utilização de mais esse recurso disponível na rede os envolvidos nos projetos a utilizam para proporcionar a aprendizagem cooperativa. SANTOS (1998), afirma que “... a aprendizagem cooperativa distribuída consiste no desenvolvimento de atividades centradas na aprendizagem cooperativa com o suporte das tecnologias da Internet.... Os editores de texto cooperativos podem ser assíncronos ou síncronos, dependendo da forma em que for utilizado”.

Como podemos ver a aprendizagem cooperativa pode acontecer em tempo real ou não, isso vai depender da necessidade dos envolvidos no processo. Contudo, ambas as formas proporcionam a cooperação entre os participantes dos projetos.

Segundo LIBEDINSKY, IN LITWIN (1997), os computadores haverão de produzir profundas mudanças nos processos de ensino e aprendizagem, não como um cenário de modernos e sofisticados aparelhos, mas como uma ponte de ligação entre as escolas. Não que as novas tecnologias de informação e comunicação sejam o único caminho, pois mesmo sem elas é possível fazer essas trocas através do correio postal tradicional, mas o caminho que se apresenta mais viável devido a sua grande comodidade e rapidez em realizar as trocas e a interação entre estudantes e professores.

Mas não é só a Internet, temos as mídias, a televisão, o rádio, o livro e tantos outros meios disponíveis na sociedade.Cabe ao professor saber utilizar os recursos dos novos tempos.

Abrindo perspectivas para a utilização das novas tecnologias de informação e comunicação na educação básica

Com os avanços tecnológicos no meio social, a escola também sente a necessidade de oferecer aos seus estudantes meios que possam ser utilizados para desenvolver a aprendizagem e tomarem conhecimento dos recursos que já fazem parte da realidade em que vivem.

Visando aproximar mais as questões teóricas, cabe agora, de forma simples e modesta, apresentar uma alternativa de experimentação das mesmas. Assim segue o delineamento de uma proposta de trabalho por projetos a ser executada durante as práticas pedagógicas.

Uma proposta de trabalho por projetos

Atualmente a escola não satisfaz mais os estudantes, eles não têm interesse nos conteúdos apresentados, pois muitos estão fora de suas necessidades e conforme estudos desenvolvidos, o trabalho por projetos surge do interesse dos estudante, onde o mesmo buscará o conhecimento suprindo as suas necessidades e com isso sua aprendizagem se tornará efetiva e significativa.

O uso da rede mundial de computadores, como ferramenta de grande utilidade para o processo de educação a distância, não deve apenas resolver as questões referentes a distâncias.

“Deve também, e principalmente, buscar suprir as necessidades de interatividade do aluno com o tema de estudo bem como valer-se do ferramental tecnológico disponível como forma de aperfeiçoar os aspectos pedagógicos do ensino, permitindo cumprir os principais fatores de uma educação centrada no aprendizado interativo, dinâmico e contextualizado. (Spennemann 97, in PRATES).

Utilizar esta ferramenta em favor da educação é o que propomos. Nossos estudantes do ensino fundamental já nos têm mostrado como gostam de usar esta maquininha poderosa. Não queremos que os estudantes se tornem seres isolados, mas sim serem integrados numa sociedade cooperativa, “aquilo que necessitamos é de um espírito de cooperação tal que cada um compreenda todos os outros” (PIAGET, 1998), seres que poderão, com o uso de um computador ligado à Internet ou não, se comunicar e interagir com outros estudantes contribuindo para a transformação de ambos e formando conceitos.

O trabalho cooperativo já acontece há muito tempo, pois nessa proposta de trabalho os envolvidos trocam informações havendo um respeito das opiniões pessoais, tornando-o um ambiente de livre expressão onde todos participam sem medo de colocar suas opiniões.

Um trabalho cooperativo, onde haja trocas de conhecimentos tanto dentro quanto fora da sala de aula e que neste caso o computador é uma ferramenta de grande valor, é a proposta de trabalho integrado ou interdisciplinar conhecida como “trabalho por projetos”.

Trabalhar de forma interdisciplinar é integrar as áreas do conhecimento, não fragmentar, partir da realidade do estudante para a busca de novos conceitos. Mas para isso ocorrer é necessário que os professores busquem a qualificação para estarem preparados para as mudanças, pois mudanças geram conflitos, angústias, dúvidas, etc. e para que o trabalho possa ser interdisciplinar ele deve compartilhar com outros professores os acontecimentos para que todos os envolvidos no processo (professores e estudantes) possam interagir, trocar e aprender a aprender.

A proposta “trabalho por projetos” não é nova, KILPATRIC já a defendia em 1918 dizendo que “é uma forma de integração curricular que se preocupa pela característica de “interessante” que deve acompanhar a realização do trabalho nas salas de aula, pela proposta de trabalhos interessantes que os alunos devem resolver em equipes”.(apud SANTOMÉ, 1998, p. 203)

“Interessante” como diz KILPATRIC, por partir da curiosidade dos alunos, e, dentro deste contexto, cabe ao professor planejar, criar objetivos e trabalhar as áreas do conhecimento de acordo com o planejamento dos estudantes.

Trabalhar com projetos tem por objetivo buscar as soluções para as dúvidas dos estudantes no seu cotidiano, proporcionando uma aprendizagem cooperativa: “A aprendizagem cooperativa independe do uso das novas tecnologias, exigindo basicamente uma postura pedagógica inovadora e sem preconceitos.”(SANTOS,1998).

Independente das novas tecnologias é necessário inovar o fazer pedagógico na educação. As redes de comunicações possibilitam espaços para que a aprendizagem cooperativa ocorra dentro e fora das salas de aula, a Internet vem facilitar essa cooperação.

Cabe a nós professores, aproveitar essas tecnologias em benefício da educação, fazendo com que os estudantes saiam da escola preparados para a vida, para enfrentarem a competitividade do mercado de trabalho, conscientes da realidade que os espera, que estes estudantes saibam por exemplo:

- Como construir uma horta?

- Como organizar uma festa?

- Como proteger um animal doente?

- Existe vida em outros planetas?

E outros tantos que forem levantados, queremos que estes estudantes saibam analisar, questionar, selecionar, refletir, organizar, enfim, sabendo buscar soluções para suas dúvidas.

Para que se possa desenvolver aprendizagem por projetos é necessário observar alguns passos básicos:

O Estudante deve:

- Levantar dúvidas e hipóteses;

- Planejar;

- Criar objetivos;

- Desenvolver atividades;

- Executar o plano projetado;

- Avaliar o trabalho realizado;

Ao professor cabe:

- Planejar a partir do planejamento do estudante;

- Criar objetivos;

- Sugerir atividades

- Saber que áreas do conhecimento serão desenvolvidas;

- Avaliar (portfolio)

É muito importante que no decorrer do trabalho sejam feitas observações e anotações por parte do professor para que o mesmo possa interagir com os estudantes e no momento que for necessário, dar sugestões .

SANTOMÉ (1998), afirma que:

o processo educacional precisa apoiar-se nos interesses dos estudantes, mas também deve gerar novos interesses. “Um bom projeto curricular tem que ser prazeroso e educacional ao mesmo tempo; tem de propiciar uma certa continuidade nos aprendizados”(p. 206).

Assim ao trabalharmos com projetos temos que ter o cuidado para mantê-lo no contexto pedagógico, proporcionar aos estudantes uma aprendizagem útil e agradável, mantendo-os assim motivados à novas aprendizagens.

Mas, como vimos anteriormente esta proposta é antiga, data de 1918, o que poderemos fazer para inová-la? Parece simples, acredita-se no poder das novas tecnologias. Para que o estudante possa realizar o seu projeto, interagindo com colegas, integrando-se com a sociedade é preciso trocar conhecimentos, pesquisar, tornar-se um grande e constante pesquisador. Mas, Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino.” (FREIRE,1998),“

Não só o estudante precisa pesquisar, mas o professor também precisa buscar, estar aberto aos novos conhecimentos. Pesquisar é uma forma de estar adquirindo conhecimentos constantemente. É neste momento que viabilizamos o uso da Internet e as facilidades de comunicação com o mundo que ela nos proporciona, não que este trabalho não possa ser desenvolvido sem o computador, mas que esta ferramenta facilita o trabalho, ganhamos tempo e de certa forma aproxima as pessoas. Além dos recursos tradicionais conhecidos como bibliotecas, jornais, revistas ou mesmo o livro didático, pode-se usar o correio eletrônico para fazer a troca de informações, pode-se usar as bibliotecas virtuais para as pesquisas, que são mais prazerosas por possibilitar o fácil encontro dos temas a serem pesquisados, pode-se criar salas de conversas virtuais que possibilitam a troca imediata entre escolas equipadas com laboratórios de informática ou mesmo com outros estudantes que possuam computadores em suas casas, o que já é uma realidade em todas as comunidades.

Com esse processo desenvolve-se a comunicação escrita e a troca de conhecimentos culturais entre as comunidades mais distantes, pois através desses processos podemos fazer com que o estudante comunique-se com pessoas além do espaço físico de uma sala de aula.

Referencia bibliográfica

Pátio ano 1, nº 1 Mai/julho, 1997 – A inteligência coletiva – A inteligência distribuída. Léa da Cruz Fagundes. Pag. 14-17.

LUCK, Heloisa. Pedagogia Interdisciplinar: Fundamentos Teórico-Metodológicos. Petrópolis, RJ: 2.ed Vozes, 1995.

SANTOMÉ, Jurjo Torres. Globalização e Interdisciplinaridade: Currículo Integrado. Porto Alegre, RS. Artes Médicas, 1998, 275 p.

LITWIN, Edith. Tecnologia Educacional: política, histórias e propostas. Porto Alegre, RS. Artes Médicas, 1997, 191 p.

MEC. Série de Estudos/Educação a Distância/ Salto para o Futuro/ TV e Informática. Brasília, 1998, 112 p.

BELLONI, Maria Luiza. Educação a Distância. Campinas, SP. Autores Associados, 1999. 115 p.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo, SP. Paz e Terra, 1998. 169 p.

SOUZA, Valdemarina Bidone de Azevedo e, et al. Utilização do computador em sala de aula. Porto Alegre, RS. EDIPUC, 1992, 48 p.

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Perfil do Autor

Pedagoga
 

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